Planejamento familiar: gravidez, escolha e desigualdade

No programa de hoje vamos falar sobre planejamento reprodutivo: das gravidezes na adolescência, que ainda preocupam, às mudanças no perfil da mulher brasileira, que vem optando por engravidar mais ... tarde. Vamos falar também sobre a importância da prevenção, da orientação e do acesso aos serviços de saúde, além das políticas públicas voltadas para a saúde da mulher e do  bebê. No Brasil, mais da metade das gestações acontecem sem planejamento — 55% delas, segundo estudo da Fiocruz. Esse dado escancara um desafio de saúde pública e social: o acesso da população, em especial das mulheres, a informações e métodos contraceptivos eficazes. Por outro lado, cresce o número de mulheres que optam por adiar a maternidade, seja para priorizar a carreira, a estabilidade financeira ou o amadurecimento pessoal. Essa mudança no perfil materno também traz novos desafios: com o avanço da idade, a fertilidade naturalmente diminui, e muitas acabam recorrendo a métodos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro. Esses tratamentos, no entanto, ainda são de alto custo e, em grande parte, acessíveis apenas às classes sociais mais altas. A realidade escancara uma desigualdade no acesso à saúde reprodutiva — enquanto parte das mulheres luta para evitar uma gestação indesejada, outra parcela enfrenta obstáculos para realizar o sonho da maternidade. Tudo isso reforça a importância de políticas públicas que garantam o direito de escolha e o cuidado integral à saúde da mulher, em todas as fases da vida. Conosco estarão Dra. Maitê Dias, médica ginecologista da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC - UFC) e o Dr. Daniel Diógenes, médico ginecologista e especialista em reprodução humana.