Questão de Ordem destaca os 25 Anos de atuação do Escritório Frei Tito

O programa Questão de Ordem, da Alece TV (canal 31.1), aborda, nesta terça-feira (17/06), a história do Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar (EFTA), � ... �rgão permanente de promoção à cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), que completa 25 anos este mês de junho.
Para falar sobre o trabalho do escritório, a edição recebe o coordenador do EFTA, Higor Rodrigues, que é advogado especializado em Direitos Humanos e membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Ceará (OAB Ceará). Na ocasião, ele fala sobre como o equipamento tornou-se referência nacional, sendo considerado uma experiência precursora do gênero em casas legislativas de todo o Brasil.
Na entrevista o coordenador aponta ainda como ocorre a atuação do EFTA, que acontece de forma conjunta com o trabalho desenvolvido pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania do Poder Legislativo estadual. No exercício das suas atribuições, o escritório atende diretamente comunidades vulnerabilizadas, grupos, coletivos, movimentos e indivíduos em casos emblemáticos de violações de direitos humanos.
Com uma sede em Fortaleza e uma no Crato, esta última inaugurada em julho de 2024, o órgão conta com uma equipe de cinco advogados, nove estagiários, um coordenador e três profissionais da área administrativa. Além das ações diretas em demandas de violação dos direitos humanos, o escritório exerce um papel formativo para as próximas gerações, atuando como uma espécie de escola na temática.

QUEM FOI FREI TITO DE ALENCAR?

Frei Tito de Alencar Lima nasceu em Fortaleza, no dia 14 de setembro de 1945. Militou desde cedo na causa do Evangelho e contra as injustiças sociais, fazendo parte da Juventude Estudantil Católica (JEC) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Em 1966, ingressou na Ordem dos Frades Dominicanos, sendo ordenado no ano seguinte.
Durante a ditadura civil-militar do Brasil (1964-1985), foi preso pela primeira vez em 1968, por causa do envolvimento com o movimento estudantil. Depois de solto, voltou a ser preso em 1969. Na prisão, escreveu sobre as torturas que sofreu, e posteriormente o documento transformou-se em símbolo da luta pelos direitos humanos. Banido do Brasil em 1971, pelo Governo Médici, passou pelo Chile, Itália e França, onde viveu no Convento Sainte-Marie de La Tourette, em Éveux.
Traumatizado pela tortura, Frei Tito passou por tratamentos psiquiátricos, mas não resistiu aos horrores vividos e, em agosto de 1974, morreu por suicídio. Em 1983, o corpo de Frei Tito chegou ao Brasil e foi velado como mártir, com a presença de mais de quatro mil pessoas.